Ao anunciar, em entrevista ao blog do jornalista Gerson Camarotti, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato a presidente da República e ela como candidata a vice na chapa, a ex-senadora Marina Silva agrava a divisão da Rede Sustentabilidade e aos poucos vai inviabilizando a legalização do partido depois das eleições.
Fora o fato de que vai abrindo mão de sua liderança e, seguramente, de
uma parcela expressiva dos votos que tinha – ela já vinha caindo nas
pesquisas. Na conversa com o jornalista-blogueiro, Marina correu para
reafirmar seu apoio a Eduardo Campos, com medo da repercussão negativa
na Rede e da rebelião que cresce nas suas bases, daqueles que se sentem
traídos com sua decisão monocrática e soberana, bem ao seu estilo, de
ir para o PSB.
A Camarotti, a ex-senadora diz o óbvio com relação a uma inexistente
candidatura do ex-presidente e Lula – afirma que ela e o parceiro
Eduardo Campos se manteriam na disputa mesmo que o ex-presidente fosse
candidato. Já Eduardo Campos, nas suas falas de ontem, repete o mantra
do caráter de terceira via para acabar com a polarização PSDB-PT.
Objetivo é tirar o PT do governo
É sua forma de evitar dizer que seu objetivo é tirar o PT do Governo já
que a polarização não é entre PT e PSDB, mas entre dois projetos para o
país, dois programas, e para quem se governa, para quem nós do PT
governamos e para quem os tucanos do PSDB governaram no país e governam
nos Estados em que detém o poder.
Agora, independentemente do que digam e pretendam fazer Marina Silva e
Eduardo Campos, quem vai decidir o rumo do país é o povo e o eleitor
cidadão. E este optará por programas, rumos, propostas… Para tanto
levará em conta, sim, o que o PT e o PSDB fizeram e fazem, a quem
defendem e como governam.
E nesse processo as lideranças pesam. E muito. Pesam a imagem e a
memória que o povo tem dos dois partidos, PSDB e PT, e dos governos de
ambos. Pesa, também, o atual governo, a presidenta da República, os
partidos e pesará a campanha eleitoral. Assim a questão não é a
polarização entre os dois partidos, mas sim, e muito, as propostas de
cada um. Vamos ver quais são as pretenções da dupla Campos-Marina, que
em termos de projetos, propostas e metas não disse até agora a que veio.
ZéDirceu
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