É
bom demais governar sendo bem tratado pelo governo federal, quero ver o
cara governar sofrendo discriminação. Foi isso que FHC fez com Miguel
Arraes, avô de Eduardo Campos.Veja que Miguel Arraes vendeu títulos
públicos para equilibrar as finanças do Estado de Pernambuco.Eduardo
Campos não precisou vender nada para equilibrar as finanças, nem para
pagar o funcionalismo e fazer obras públicas, porque tinha(e tem) um
governo para lhe ajudar.
por SHEILA BORGES
Enviada especial
GARANHUNS - "O
presidente é um ventríloquo do PFL. Saiu do cargo para ser mero porta-voz.
Entrou numa briga que não tinha necessidade de comprar. Se quer manter, vamos
lutar com nossas pequenas armas e enfrentar o seu poderio no País. Não vamos
recuar, nem aceitar ataques como esse". Dessa forma, o governador Miguel
Arraes (PSB), reagiu às duras críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique
Cardoso à sua administração.
Ao participar, ontem
pela manhã, de entrevista à Rádio Jornal em Garanhuns, Miguel Arraes acusou o
presidente FHC de agir "de forma discriminatória" contra os
pernambucanos. "O Governo federal liberou recursos para 17 estados, mas
negou para nós", falou, referindo-se ao retardamento dos recursos da
privatização da Celpe, cerca de R$ 700 milhões. O Governo do Estado aguarda
essa antecipação de recursos há mais de dois meses, mas luta contra a
burocracia, que começou quando a bancada do PFL enviou uma consulta ao Tribunal
de Contas da União.
"Querem me
distratar. Eles têm raiva porque conseguimos equilibrar as finanças do Estado.
Agora querem fazer mistério com isso. Essa questão dos precatórios já foi
julgada pela Assembléia Legislativa e pelo Tribunal de Contas do Estado",
reforçou, justificando a operação dos precatórios. Através da venda de títulos
públicos, o governador arrecadou cerca de R$ 500 milhões, utilizados também
para colocar em dia a folha de pagamento e financiar obras. Fernando Henrique
insinuou que houve "bandalheira" e que há "suspeitas no
ar".
Ironicamente, Arraes
afirmou que "o presidente está fora de si com os resultados das pesquisas
que estão apresentando uma queda da sua candidatura à reeleição". E
disparou um forte contra-ataque: "O presidente não pode ficar insinuando
coisas contra os outros. Ele pegou cinco bilhões e colocou no Banco Nacional.
Seu filho era casado com a filha de um dos donos do Banco. Eu vou insinuar?
Não, mas é um fato".
SAQUES - Em relação
aos saques em Pernambuco, Arraes voltou a dizer que "não vai colocar
polícia em cima de pessoas famintas". FHC o acusou de não agir com mais
rigor e "aproveitar os saques para tumultuar", e sugeriu que Arraes
colocasse a polícia ao invés de buscar dinheiro do BNDES. Em contrapartida,
Arraes afirmou que os saques acontecem porque "o Governo Federal se
movimentou tardiamente". E acusou o Palácio do Planalto de não utilizar
critérios adequados para ajudar os flagelados. "Em Pernambuco, decidiram
atender só 137 mil famílias. É muito mais gente. Bagunça é a falta de
providência do Governo dele (FHC)".
Diante dessa troca de
ataques, Arraes foi questionado se agora não tinha mais motivação para disputar
um quarto mandato. "Preferia ir para casa, mas com esses ataques prefiro
ir para rua lutar pelo povo de Pernambuco. Minha candidatura depende do meu
partido".
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