Certo e errado
Na sua hora da verdade, as previsões teriam cedido à realidade de que a inversão estava nelas
Tudo o que era para dar errado, deu certo. E o que daria certo, deu
errado. A segunda inversão é mais fácil de entender do que a primeira,
ao menos na parcela de causas superficiais, e já apontadas em boa
quantidade. A primeira pede reflexão, averiguações, ponderação de
hipóteses. Não se sujeita a imediatismos.
Cabe até perguntar, no primeiro caso, onde e quando esteve a inversão.
Pode ter sido em uma conjunção de esforços, acasos, sorte, bons
propósitos, e outros incontáveis impulsos a favor do bom andamento do
que estava previsto desandar, fatalmente, em fracassos e vexames. Mas
também é possível que nem tenha havido inversão na passagem das
previsões para os fatos. Na sua hora da verdade, as previsões, as
expectativas densas, e humilhantes por antecipação, teriam cedido à
realidade de que a inversão estava nelas. Eram elas.
Uma sugestão perigosa, mas tentadora.
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