Com
a eleição, FHC se torna o novo "imortal" da ABL e da direita nativa. O
presidente de honra do PSDB deixou a academia e os livros nos anos
1970 para se tornar uma liderança da burguesia "moderna" do Brasil. Ele
quase enterrou sua carreira política ao aceitar o ingresso no governo
de Fernando Collor de Mello, que foi destronado num processo de
impeachment. Na sequência, ele foi eleito presidente com base num nítido
programa neoliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho.
No
seu reinado, o Brasil bateu recordes de desemprego, os salários foram
brutalmente arrochados e as leis trabalhistas do período varguista
foram flexibilizadas - aumentando brutalmente a precarização do
trabalho. Poderosas estatais foram entregues a preço de banana às
multinacionais, num processo de "privataria" que até hoje não foi alvo
de investigações e contou sempre com a cumplicidade da mídia privatista.
O Brasil se transformou no paraíso do capital financeiro, no reino dos
rentistas. O neoliberalismo vingou na era FHC!
Derrotado
e rejeitado nas urnas, o tucano passou a ser o principal mentor da
oposição direitista e golpista. Na chamada crise do mensalão, FHC
defendeu abertamente o "sangramento" do ex-presidente Lula e apostou
todas as suas fichas na desestabilização do governo. Apesar dos
esforços, o líder do PSDB foi derrotado mais duas vezes no seu projeto
de retorno dos neoliberais ao poder central. Serra e Alckmin até
tentaram afastá-lo dos palanques e das telinhas da tevê, mas não
conseguiram e foram derrotados nas urnas.
Nos
últimos dias, ele voltou a ganhar os holofotes da mídia amiga,
tentando pegar carona nos protestos de rua que agitam o país. Com a
eleição de hoje, sem rivais e num colégio eleitoral conservador e
elitista, FHC confirma a condição de maior líder da oposição midiática e
partidária e se torna um "imortal" da direita!
Título: Língua de Trapo | Ilustração: Justiceira de Esquerda
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