Em editorial nesta segunda-feira (21), intitulado “Teimosia
inconstitucional”, o jornal Estadão voltou a demonizar o projeto da
presidenta Dilma Rousseff (número 8.243) que institui a Política
Nacional de Participação Social. Além de festejar a manobra da Câmara
Federal, que inventou um decreto legislativo para sabotar a PNPS, o
jornal critica o governo por insistir na ideia da ampliação dos
mecanismos de democracia participativa no país, inclusive com a criação
de um Fundo Financeiro de Participação Social. Para o jornalão, esta
iniciativa é inconstitucional e “pretende criar, por decreto, novas
despesas para financiar os conselhos populares” – numa nova investida
“bolivariana” contra a democracia brasileira.
“Mais uma vez fica explícito o desejo do Executivo de controlar os
movimentos sociais. Ele criou por decreto o sistema de participação
social. Ele instituiu por decreto a política de participação social... E
agora quer por decreto financiar os movimentos sociais. É o itinerário
da domesticação dos movimentos sociais, cujo ponto final é o
aparelhamento do Estado. Cada vez se torna mais evidente que o
lulopetismo pretende criar canais paralelos de poder, não legitimados
pelas urnas, com o consequente aparelhamento do Estado, para impor a sua
vontade sobre os outros Poderes. Não contentes com o sistema
representativo, os inquilinos do Palácio do Planalto querem impor, por
decreto, uma ‘democracia direta’”.
O Estadão nunca aceitou qualquer tipo de ampliação da participação
popular na definição dos rumos políticos do Brasil. Para a decrépita
famiglia Mesquita, a elite é quem deve comandar o país, restando ao povo
apenas votar de tempos em tempos numa democracia liberal de fachada.
Isto explica porque o jornal liderou a frustrada revolução
constitucionalista de 1932, que visava derrubar Getúlio Vargas e
garantir o retorno ao poder da reacionária oligarquia cafeeira de São
Paulo. Explica também porque ele foi um dos mentores do golpe de 1964,
que derrubou o “populista” João Goulart, eleito democraticamente pelo
povo. Até hoje, o Estadão justifica a sua trajetória golpista sem
qualquer autocrítica.
Em editorial publicado em 31 de março, por ocasião dos 50 anos do golpe
militar, o jornalão deixou explícito que não tolera qualquer ampliação
da democracia no país. Na sua ótica reacionária, João Goulart cometeu um
crime imperdoável. “Mobilizou sindicatos e lideranças radicais para
impor as chamadas reformas de base ‘na lei ou na marra’. Reformas de
cunho socialista, embora ele não tivesse mandato popular para isso, pois
foi eleito vice - e não em sua chapa, como então permitia a lei
eleitoral - de um presidente nitidamente conservador. Nem para sua
tentativa de dar papel preponderante aos sindicatos na condução do País,
no que foi chamado de república sindicalista”.
Diante desta ameaça comunista – hoje seria “bolivariana” –, o Estadão
justifica o golpe e até elogia o trabalho “bem-sucedido” dos militares.
Só lamenta que depois o regime tenha se “desviado de seu rumo”. A
famiglia Mesquita sonhava em eleger o udenista Carlos Lacerda para
presidente da República, mas os generais bloquearam este projeto de um
setor da burguesia e se perpetuaram no poder. Esta breve história
explica porque o Estadão destila tanto ódio contra o projeto da
presidenta Dilma da Política Nacional de Democracia Social (PNDS). O
jornal padece de uma “teimosia reacionária”, ele sempre foi golpista e
nunca tolerou a ampliação da participação popular!
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Postado há 2 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
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