Jornal GGN - sex, 04/07/2014 - 15:16
Enviado por Marco St.
Do Terra Magazine
por RODRIGO RODRIGUES
Se antes do início
da competição o clima na imprensa internacional era de pessimismo e
desconfiança em relação a Copa do Mundo no Brasil, na reta final a
imprensa internacional não tem economizado adjetivos para elogiar o País
e o povo brasileiro.
A AlJazeera trouxe
nesta semana um texto extremamente elogioso sobre o Brasil, cujo título
diz que os “Brasileiros já são os grandes vencedores” desta Copa do
Mundo.
O jornalista
Gabriel Elizondo, correspondente da emissora em São Paulo, descreve no
texto várias passagens onde a cordialidade e a honestidade dos
brasileiros virou notícia, como no caso do taxista que achou mais de
quarenta ingressos para assistir aos jogos e devolveu ao dono legítimo.
Elizondo conta,
inclusive, uma passagem onde ele mesmo esqueceu uma mala com o laptop em
Manaus e, horas depois, voltou ao local e uma bilheteira de uma banca
de madeira havia guardado o equipamento, à espera da volta do legítimo
dono.
“O mundo está
descobrindo que a arma secreta do Brasil não é Neymar ou os 170 mil
agentes de segurança que se espalharam por todo o país. São os próprios
brasileiros, que, com a experiência que tenho, já ganharam este torneio
tão gracioso e elegante”, diz o jornalista da AlJazeera (leia original aqui).
O jornal alemão
“Die Welt” também publicou uma reportagem sobre o Brasil nesta
quarta-feira (02) e diz que “onde quer que vão, os torcedores alemães se
sentem em casa no Brasil”.
O jornal ouviu diversos turistas alemães que estão no País para a Copa e ouviu deles elogios em massa sobre os brasileiros.
Os alemães narram
que nem a barreira da língua atrapalha a boa relação com os brasileiros,
que se esforçam para entender e serem entendidos pelos turistas: “temos
que usar braços e pernas para nos fazermos entendidos, mas têm dado
muito certo até aqui”, diz um dos turistas ouvidos pelo “Die Welt” (leia original aqui).
Outro veículo que
deu destaque ao Brasil nesta semana foi a revista britânica Wales, que
na versão online trouxe um artigo da renomada Louise Evans, sócia do
escritório “Grant Thornton's Cardiff”, presente em todo o Reino Unido e
especialista em assistência jurídica para grandes empresas.
No artigo
intitulado “Esqueça a Copa do Mundo. O Brasil é um ótimo lugar também
para fazer negócios?”, a advogada e escritora afirma que “se você,
empresário, tem um produto ou serviço que é atraente em outro lugar do
mundo, então as chances são de que também poderá vender bem no Brasil”.
“O país possui uma
base industrial sofisticada e ampla, junto com um número crescente de
consumidores com considerável poder de compra (…) A estabilidade
política recém-descoberta também deu ao Brasil a maior economia da
América Latina, o que representa mais da metade do PIB da região. Chegar
ao Brasil também significa ter acesso ao Mercosul, o equivalente
latino-americano da União Europeia, que inclui também o Paraguai,
Uruguai, Argentina e Venezuela. Juntos, são países que tem uma população
total de um quarto de bilhão de pessoas. Muitos analistas acreditam que
o Brasil tem o potencial para ser uma das maiores economias do mundo
até meados deste século”, escreve Louise Evans.
O texto destaca,
entretanto, a alta carga tributária do Brasil, a desorganização sistema
de recolhimento de impostos e a barreira da língua.
“A chave do sucesso
no Brasil é, acima de tudo, a preparação. Certifique-se que sua empresa
entende o modelo fiscal e tem apoio jurídico respeitável. É preciso
pesquisar o mercado local a fundo e começar a explorar as oportunidades
com parceiros locais, incluindo joint ventures, que são comuns no País.
Depois, há a questão da língua. É aconselhável ter um bom tradutor ao
alcance, que fala português fluentemente, já que o Inglês não é muito
falado no Brasil, a menos que você esteja lidando com altos executivos”,
aconselha o artigo (versão em inglês aqui).
Na revista dos
ricaços Forbes, um artigo do articulista Andrew Cave diz que a Copa do
Mundo do Brasil deixará ao menos cinco dicas para os CEOs das grandes
empresas que lutam contra a maré de más notícias e acreditam no poder da
marca, contra tudo e contra todos.
“Antes da Copa,
havia apenas relatos de estádios inacabados e desastres iminentes
prestes a acontecer durante os jogos. Onde estão todos os críticos,
agora que a Copa no Brasil parece destinada a ser uma das mais
memoráveis do nosso tempo? Talvez essas histórias assustadoras tenham
sido um alerta para todos os construtores se mexerem. Há aqui uma clara
mensagem aos executivos e profissionais de marketing que realmente
acreditam na missão de suas marcas: trabalhar e fazer acontecer é a
melhor saída para as críticas”, afirma o articulista da Forbes (original clique aqui).
A revista
norte-americana Time, entretanto, destaca que o Brasil terá uma enorme
ressaca pós Copa, em virtude do dinheiro investido na construção dos
estádios.
Segundo a revista, a
grandiosidade do evento é destaque no mundo pela simpatia dos
brasileiros, mas pouco renderá ao Brasil, já que a maior parte dos
lucros devem ficar com a FIFA:
“O Brasil está
dando uma festa que, no final, vai gerar algo entre US$ 15 bilhões e US$
20 bilhões em receitas, de acordo com um relatório no Sports Business
Journal. A FIFA mantém o lucro dos direitos de TV, dos ingressos,
patrocínios corporativos e marketing. O Brasil, entretanto, conseguirá
manter cerca de US$ 500 milhões em gastos turísticos. Não é uma equação
muito favorável ao País”, escreve a revista Time.
Porta-voz do
mercado financeiro, a revista "The Economist" também não poupa elogios
para o Brasil na organização da Copa, mas argumenta que o evento pouco
vai ajudar na retomada da economia nacional.
"O vencedor da Copa
do Mundo de futebol só será conhecido em 13 de julho. Mas o torneio já é
um sucesso esportivo. Empates, especialmente sem gols, tem sido
misericordiosamente raros na competição.Desde 1958 não acontece tantos
gols por jogo na fase de grupos de uma Copa do Mundo. E fora de campo? A
Federação Paulista de Comércio calcula que a produção perdida com os
feriados dos jogos no Brasil podem chegar a R$30 bilhões (US$ 14
bilhões), mais que todos os investimentos da Copa do Mundo juntos. Os
lucros relacionadas ao turismo, que o governo estima em R$6,7 bilhões,
não vão compensar tudo isso", adverte a publicação (leia aqui).
O jornal britânico
“Mirror” também trouxe um artigo do jornalista Oliver Holt, que diz que
os brasileiros fazem uma Copa do Mundo “magnífica e inebriante”, dentro e
fora de campo.
Presente na partida
em BH onde Brasil e Chile disputaram a vaga para as quartas-de-final
nos pênaltis, Holt disse que o barulho da torcida após a primeira defesa
do goleiro Júlio César superar qualquer coisa que ele já presenciou no
mundo.
“Quando acabou o
jogo, eu estava de pé e observando os torcedores saindo do estádio. Dois
torcedores do Chile lutavam para deixar o local, em meio a uma multidão
amarela eufórica no saguão. Um grupo de crianças zombavam deles, mas
como eles continuaram o trajeto, mão após mão, cada brasileiro deu um
tapinha nas costas dos chilenos, num gesto de admiração e de
consolação”, narra o jornalista do Mirror (leia o artigo em inglês).
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