A Justiça de Minas Gerais acatou ação e transformou em réu o ex-coordenador técnico da seleção brasileira Carlos Alberto Parreira, além do ex-secretário extraordinário da Copa em Minas Gerais, Sérgio Barroso, e o atual secretário de Turismo e Esportes do Estado, Tiago Lacerda, que sucedeu a Barroso na extinta Secopa.
A ação foi proposta pelo Ministério Público Estadual por causa do
contrato firmado entre o governo mineiro, o treinador e a empresa Alfa
Consultoria Esportiva, assinado em abril de 2012, durante a gestão do
ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) — hoje candidato ao Senado e ex-coordenador do programa de governo do presidenciável tucano, senador Aécio Neves
(MG). O objetivo do contrato, de R$ 1,2 milhão, era atrair para o
Estado seleções que vieram ao Brasil disputar a Copa do Mundo.
Lacerda é filho do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, do PSB. Apesar de ser do partido de Eduardo Campos, candidato à Presidência, o prefeito é aliado de Aécio.
Pelo acordo, Parreira atuaria como uma espécie de "embaixador" para
divulgar o Estado no exterior, além de prestar consultoria a 19
municípios interessados em servir de base para seleções estrangeiras no
Mundial. Ele, porém, abandonou a função sete meses depois de assinar o
contrato, ao ser chamado pela Confederação Brasileira de Futebol para
ser coordenador técnico — cargo do qual foi dispensado após o término da
Copa do Mundo no Brasil.
Para os promotores, a contratação de Parreira caracterizou improbidade
administrativa porque foi feita sem licitação — a justificativa do
governo foi de "notória especialização". Além disso, a ação civil
pública aponta irregularidade na rescisão "amigável" do contrato (em
novembro de 2012), na qual o Estado pagou R$ 279 mil a Parreira.
Devolução
A Promotoria afirma que o Estado deveria exigir a devolução do dinheiro
pago a Parreira, já que ele não cumpriu o contrato, que previa a entrega
de dez "produtos", entre os quais relatórios sobre as 19 cidades
mineiras e de cinco "tours internacionais" para contatos com
confederações de futebol.
Entre as medidas solicitadas à Justiça está o bloqueio de bens dos envolvidos.
O governo mineiro, por meio de sua assessoria, informou que não havia
sido notificado sobre a ação. Parreira não foi localizado. Na Alfa
Consultoria ninguém atendeu ontem o telefone.
Do Blog CONTEXTO LIVRE.
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