Os responsáveis pela obra
Mídia usa tragédia em BH para sua revanche na Copa
Constrangida pelo sucesso do Mundial, reconhecido dentro e fora do
Pais, oligopólio da mídia familiar no Brasil se escora no acidente de
engenharia ocorrido ontem em Belo Horizonte para uma pequena vingança;
na Folha, a queda de um viaduto se transformou em "Obra inacabada da
Copa desaba e mata 1 em BH"; no Globo, "Viaduto de obra da Copa desaba e
mata 2 em BH"; no Estado, "Viaduto planejado para Copa cai e mata 2";
nos três jornais, ênfase no fato de se tratar de uma obra do PAC, o
Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal, depende da
execução de estados e municípios; no caso concreto, a responsabilidade
pela execução da obra era da prefeitura de Belo Horizonte, governada por
Marcio Lacerda, do PSB, que viu "falha de engenharia".
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- Até aqui, a imprensa familiar brasileira vinha sofrendo a maior
goleada da história das Copas. Depois de apostar no fiasco da Copa do
Mundo de 2014 e usar seus colunistas para disseminar o pânico de um
vexame internacional, o pequeno oligopólio da mídia no Brasil tentou
marcar nesta sexta-feira, dia em que o Brasil decide contra a Colômbia
uma vaga nas semifinais, um golzinho de honra. Nem que para isso tenha
sido necessário explorar uma tragédia, ocorrida ontem em Belo Horizonte,
onde um viaduto desabou e matou duas pessoas.
O lamentável acidente, decorrente de uma provável falha de engenharia da
empreiteira Cowan, ganhou uma embalagem peculiar nos jornais
brasileiros, com sabor de vingança. Na Folha, o fato se transformou na
manchete "Obra inacabada da Copa desaba e mata 1 em BH". No Globo,
"Viaduto de obra da Copa desaba e mata 2 em BH". No Estado, "Viaduto
planejado para Copa cai e mata 2". Ou seja: depois da constatação de que
os aeroportos funcionaram a contento e de que os estádios (que para
determinado grupo de mídia ficariam prontos apenas em 2038) encantaram o
mundo, caiu um viaduto. Era o que bastava para a execução da revanche.
Nos três três jornais, a ênfase foi dada ao fato de se tratar de uma
obra do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento, que, embora federal,
depende da execução de estados e municípios. No caso concreto, embora a
obra tenha recebido financiamento de R$ 171,7 milhões do governo
federal, a responsabilidade pela execução era da prefeitura de Belo
Horizonte, governada por Marcio Lacerda, do PSB e aliado do PSDB na
política mineira.
Na Folha, que foi o jornal que produziu a manchete mais milimétrica
contra a Copa após o incidente, houve ainda espaço para um editorial,
chamado "Humor de Copa", sobre o impacto do sucesso do Mundial na mais
recente pesquisa Datafolha, onde a presidente Dilma foi de 34% a 38% das
intenções de voto. Num dos trechos, comentou-se o incidente de ontem em
Belo Horizonte. "Verdade que, até quarta-feira, registravam-se somente
incidentes operacionais de menor impacto; o mais grave deles havia sido
a invasão de chilenos no Maracanã, fruto de uma falha de segurança.
Nada comparável à queda de um viaduto em Belo Horizonte. O acidente,
ocorrido ontem, resultou na morte de ao menos uma pessoa e deixou 22
feridos. A obra faz parte do pacote de melhorias de mobilidade urbana e
não ficou pronta no prazo prometido. Não foi, felizmente, tragédia de
maiores proporções. Serve para lembrar, ainda assim, o quanto houve de
irresponsabilidade e improviso, para nada dizer de corrupção, na
organização do Mundial. O primeiro jogo da Arena das Dunas, em Natal,
deu-se sem a liberação dos bombeiros, por exemplo."
Com a queda do viaduto, a mídia familiar fez um golzinho e diminuiu a goleada que vem sofrendo. Há tempo para a virada?
3 comentários:
O PSB/PSDB usa verba federal para fazer uma obra.Não a termina a tempo. Ocorre um acidente em obra que NÃO está sendo feita pelo Governo Federal e a mídia bandida usa a tragédia para criticar! É muita falta de caráter.
Tem direitista mal informado que está pondo a culpa da tragédia no PT. Não sabe que a Cowan foi contratada pela Prefeitura de BH que é do PSB/PSDB. O único erro do Governo Petista foi colocar o dinheiro para a obra na mão de gente incompetente.
Enquanto isto, " mais uma rodada".
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