sexta-feira, 14 de junho de 2013

A repressão serve aos provocadores

14 de Jun de 2013 | 00:47
É inacreditável que as polícias de São Paulo – principalmente -  e  do Rio não estejam sendo dirigidas pelos seus governadores com prudência e moderação diante dos protestos contra o reajuste das passagens dos transportes coletivos.
O que começou com algumas centenas de jovens de classe média está se tornando, pela repressão violenta, uma crise séria, com a qual a mídia se ocupa – com evidente prazer – em manchetes e fartos horários nobres na TV.
E como, claro, os protestos vão ganhando as manchetes, aumentam as adesões, porque o transporte é mesmo caro e ruim, na maioria das cidades brasileiras.
Mas qualquer um sabe que já tivemos aumentos maiores e que protestos e quebra-quebras, quando ocorriam, era nos bairros de periferia, mais mal servidos pelos transportes mais caros.
O prefeito Fernando Haddad, que manifestou a disposição de negociar, parece estar acuado diante da repressão brutal da polícia estadual.
Os atos de violência policial, muito além de qualquer limite compreensível, são mais graves do que os de eventuais baderneiros que se sirvam do protesto, porque a polícia é a mão do Estado e, por isso, muito mais do que qualquer um, agir com truculência ou atirar balas de borracha a esmo, ferindo, como se viu, até profissionais de imprensa, que não a estavam hostilizando.
O que esta repressão desmedida está fazendo é servir aos provocadores, que passam a legitimar com ela os atos de depredação e vandalismo.
Quem participou de protestos e passeatas durante a ditadura sabe que os provocadores – por motivação política ou mesmo por desequilíbrio pessoal – são o pior adversário que podemos enfrentar, quando se trata de ganhar adesão e apoio da população.
E a atitude policial está ajudando estes provocadores a transformar R$ 0,20  numa crise política que não tem razão de ser.
Por: Fernando Brito

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