quinta-feira, 27 de junho de 2013

Médicos brasileiros X Médicos cubanos

Recife (PE) - Na coluna “Um golpe comunista no Brasil”, nós já havíamos obervado que a Associação Médica Brasileira havia ameaçado acionar a Justiça e levar a classe, dos MÉDICOS, para as ruas, caso a ex-terrorista Dilma Rousseff importasse médicos cubanos. O presidente da associação Floriano Cardoso chegara mesmo a afirmar que o governo seria o responsável direto por erros, complicações e mortes que poderiam ocorrer caso médicos incompetentes passassem a atender o povo brasileiro.
Naquela ocasião, nada dissemos do risco de erros e de morte que todos já sofremos sem necessidade de importação dos médicos de Cuba. Os formados em medicina nas faculdades caça-níqueis, os profissionais submetidos ao regime do lucro e do desprezo pela vida da população já dão conta, com muita competência, do serviço. Para isso, para quê trazer o jaleco alienígena? Mas agora, o que antes era ameaça se concretiza: a AMB (Associação Médica Brasileira) anunciou ontem que haverá uma paralisação nacional dos médicos no dia 3 de julho. O protesto, segundo a entidade, será feito por conta da decisão do governo federal de trazer médicos do exterior para que trabalhem no  Sistema Único de Saúde.
Avisa a AMB que serão mantidos apenas os serviços de urgência e emergência. Cirurgias e atendimentos eletivos, por exemplo, não serão feitos em 3 de julho. Não vem ao caso aqui, longe do colunista sequer a insinuação, que na greve serão mantidos todos os gêneros de cuidados médicos nos hospitais privados e nas clínicas particulares. Como o Dr. Jekyll, muitos dos nossos profissionais de medicina têm uma face pública e uma privada, queremos dizer, uma face particular, das suas contas bancárias. Sobre isso nem é bom falar. É natural, elementar, Mr. Hyde,  que todo o mundo precisa sobreviver.
A novidade maior, a esperteza escorregadia, vem do novo discurso dos dirigentes da categoria médica. Eles falam agora que não se opõem à vinda de médicos pura e simplesmente. Não, longe disso. O problema é que os médicos de Cuba têm que passar antes pelo Revalida, a Revalidação do Diploma Médico, porque, afinal, o povo tem que ser bem cuidado, não é qualquer um chegar aqui com diploma de quinta categoria pra cuidar dos brasileiros.  E sabe o leitor onde reside a esperteza?
O Revalida é uma prova que até mesmo os que a elaboram são incapazes de passar. Ou segundo as palavras de Heleno Rodrigues Correa Filho, conselheiro do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde e professor associado da pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual de Campinas:
No Revalida, exigem conhecimento sobre coisas que não são da rotina médica diária. E perguntam sobre o que nem eles sabem responder. São exames para reprovar 90% dos candidatos. E reprovam mesmo. O exame de revalidação de diplomas estrangeiros é elaborado por professores de universidades renomadas que estão politicamente decididos a não deixar entrar ninguém. O objetivo não é filtrar profissionais para o mercado, e sim impedir que entrem pessoas. Não há avaliação externa ao Revalida.
Quando são reprovados 90% dos candidatos, ninguém vem a público reclamar de tamanho absurdo, dizer que no Reino Unido ou na América do Norte uma prova assim seria reestruturada. Por que brasileiros passam em exames nos Estados Unidos e americanos não passam no Revalida brasileiro? É porque tem alguma coisa errada... Essa direita que não quer modificações no Revalida é a mesma que não quer as cotas nas universidades e os médicos oriundos dessa escola cubana”.
A opinião acima é um petardo demolidor sobre as boas intenções da AMB. E vem de um especialista médico, que bem conhece a prova e os seus pares. Mas o diabo do Revalida é que ainda assim se aprovam 10%. Então o que exigem mais agora, para que o povo brasileiro não fique sem médicos? Os nacionais querem, por cima, uma prova de português para os médicos alienígenas. É justo. Do meu canto, deixo a sugestão de uma prova matadora desses 10% de invasores.
Na prova de português, os médicos cubanos devem ser submetidos a uma prova dividida em 3 partes. Na primeira, uma análise sintática de todo o canto IV de Os Lusíadas, com identificação de orações, objetos, acessórios, inversões, elisões, alusões, metros raros, mais exegese com identificação dos personagens em Camões e suas biografias. Na segunda, uma interpretação de frases com gírias cariocas, pernambucanas, amazonenses e gaúchas. Na terceira, uma redação toda em termos da fala do caboclo do Acre. Pronto, creio não haver melhor Revalida para nos livrar de mais uma  invasão comunista.
Urariano Mota
No Direto da Redação

Nenhum comentário: